É muito difícil se destacar em uma peça com 28 atores. Se for um musical, então, a responsabilidade só aumenta. E Kacau Gomes parece ter conseguido. Em "Jekyll & Hyde - O Médico e o Monstro", a atriz interpreta a prostituta Lucy --que se envolve com a versão boa e má do protagonista-- e vai ganhando a plateia após cada uma das sete canções que interpreta.
"A Lucy veio como um presente, e a entrega acaba sendo maior", conta ao Guia. Sua canção preferida é "De Novo", a última do espetáculo. "Amo cantar todas, mas essa tem um significado especial para mim. Adoro falar a frase 'Eu não tenho medo de aceitar o que a vida quer me dar'".
A carioca Kacau tem 33 anos, diz que arranca risadas dos colegas com a "tentativa frustrada" de melhorar o "sotaque carregado" e participou de peças como "Ópera do Malandro em Concerto" (2007) e "Beatles num Céu de Diamantes" (2008 e 2009). Também já cantou ao lado de Marisa Monte e Ivete Sangalo, além de participar da novela "Celebridades" e do seriado "Casos e Acasos", da TV Globo.
Abaixo, veja o que Kacau Gomes diz sobre o público de São Paulo, a preparação da voz e sobre a mensagem principal da peça, que fica em cartaz no Teatro Bradesco (zona oeste) até 18 de outubro, com sessões de quinta-feira a domingo.
Guia Folha - O público paulistano é diferente?
Kacau Gomes - Bom, aqui em São Paulo a plateia reage um pouco diferente, em relação ao público do Rio de Janeiro. É um pouco mais silenciosa durante a récita, bastante atenta, crítica e rigorosa com o padrão de qualidade, devido a tantos espetáculos do gênero. Mas, quando chega o final, vem o feliz e confortante aplauso caloroso.
Guia - Como você prepara sua voz?
Kacau - Há todo um ritual. No meu hotel, tem um umidificador que já me ajuda a não ressecar as narinas. Quando chego ao teatro, primeiro faço nebulização por uns 15 minutos (devido ao ar seco daqui), tomo mel e começo a fazer meus exercícios de fono.
Guia - Qual a principal mensagem que a peça transmite?
Kacau - Que o ser humano não é perfeito, que todos têm seu lado Jekyll e seu lado Hyde. A peça fala da dualidade do ser humano, que todos nós precisamos nos aceitar como pessoas "normais".
23h00
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