Rios, escadas que levam ao céu e florestas encantadas. Tudo isso habita a mente do Dr. Parnassus. No filme de Terry Gilliam, "O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus", o homem tem uma imaginação que dá origem a um mundo fantástico. Com uma trupe circense, ele vende entradas para este universo na Londres contemporânea.
Finalizada neste ano, a produção foi a última em que o ator australiano Heath Ledger --morto em 2008-- atua. Ironicamente, na primeira aparição no filme, Ledger está enforcado e pendurado em uma ponte.
No longa, o ator interpreta Tony Liar --algo como Tony Mentiroso--, uma espécie de referência ao ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, segundo o diretor. Liar é um filantropo corrupto, que se esconde da polícia na trupe de Parnassus --encarnado por Christopher Plummer.
É Liar, com seu ar sedutor, quem ajuda Parnassus a tornar seu negócio mais rentável. Apesar de possuir um mundo fantástico, o doutor não encontra lugar para sua magia no mundo contemporâneo. Também vive em constante conflito com o diabo, Mr. Nick, vivido pelo cantor e compositor Tom Waits, que pretende ganhar a filha de Parnassus --Valentina, interpretada pela estreante Lily Cole-- por meio de uma aposta.
Essas confusões do mundo real são intensificadas pelo universo imaginário de Parnassus. Quem entra no local o transforma, e encara seus desejos e medos. O espaço revela, ainda, a verdadeira natureza das pessoas. Ali, Tony Liar ganha outras "caras", sendo interpretado também por Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell --substitutos para Ledger, que não finalizou as filmagens.
Divertido e cheio de referências --Ledger encontra, no mundo fantástico, barquinhos com fotos de famosos que morreram jovens, como James Dean--, o filme discute a ausência de valores de um mundo corrompido pela ganância.
O diretor
Norte-americano radicado na Inglaterra, Terry Gilliam faz parte do grupo de comédia Monty Python, com o qual escreveu e atuou em filmes como "A Vida de Brian" ("Life of Brian", Reino Unido, 1979) e "Em Busca do Cálice Sagrado" ("Monty Python and the Holy Grail", Reino Unido, 1975). Dirigiu ainda "Brazil" (Reino Unido, 1985), "Doze Macacos" ("Twelve Monkeys", Estados Unidos, 1995) e "Irmãos Grimm" ("The Brothers Grimm", Reino Unido/ EUA/ República Tcheca, 2005).
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